sábado, 29 de outubro de 2011

Histórias em quadrinhos (bande dessinée)

Aqui na França existe uma cultura muito forte de leitura de desenhos em quadrinhos (bande dessinée). Não é coisa só de nerd e meninos, é algo que está entre cinema, música e livros. Algo realmente valorizado como uma forma de arte. Por causa disso, acabei me interessando também, depois de uma aula de francês, que o professor tocou no assunto. Foi assim que conheci a escritora Marjane Satrapi, uma iraniana que é artista gráfica e escreve histórias em quadrinhos. Ela tem uma série de livros chamado 'Persépolis' que é sobre a infância dela no Iraque e depois que saiu do país. Por causa da diferença entre culturas ela tem uma visão muito interessante das coisas e escreve de uma forma muito leve. Como fiquei muito curiosa pelo trabalho dela fui na biblioteca para ler o livro.



A série 'Persépolis' também tem um filme, que já baixei para ver. E agora, está no cinema o filme 'Poulet aux Prunes' (Frango com Ameixas), que também é um livro da mesma autora. A história é sobre o tio da escritora, que fica deprimido e resolve morrer. Nós fomos ver o filme no cinema e gostei muito, ele mistura desenho e realidade, e é, na verdade, um filme de amor. Muito bonito... espero que chegue até o Brasil.


Uma coisa interessante aqui, é que todos os bairros tem uma biblioteca municipal onde você pode se cadastrar, pagar um valor anual (6 euros para estudante) e alugar livros de todos os tipos. A que fica aqui perto de casa (Biblioteca Part Dieu) tem 4 andares e é realmente bem grande. Fica perto do shopping e vive lotada. Nessa semana que se passou fui lá duas vezes para ler o livro da Marjane, já que eu ainda não fiz a minha carteira da biblioteca e, por isso, não posso pegar emprestado. Sem a carteira posso ler os livros somente no local. Na primeira vez que fui, conseguir ler sem problemas o terceiro livro da série Persépolis, já que não tinha nem o primeiro, nem o segundo. Mas da segunda vez que fui, vi o livro sendo pego emprestado por uma menina... se tivesse chegado alguns minutos antes... rsrsrs.
Mas tudo tem o seu lado bom, e foi assim que descobri outro autor de quadrinhos francês bem interessante também: Jules Feiffer. Li a primeira de seis histórias do livro 'Je ne suis pas n’importe qui!', ele fala sobre as relações sociais, mas de uma forma lúdica e engraçada. Gostei bastante do livro e vou voltar à biblioteca para ler mais... É uma pena lá no Rio não termos mais bibliotecas... aqui, ir à biblioteca, me parece ser também algo bem cultural e cotidiano.



Eu soube de outra autora interessante também, mas essa eu ainda não li: Elodie Durand. Uma desenhista de histórias em quadrinho que escreve uma história alto biográfica, da sua batalha contra um tumor no cérebro. A história conta a sua luta contra doença e a degradação da sua memória causada pelo tumor. Ao mesmo tempo que me parece triste, eu acho que deve ser interessante também... vou procurar para ler.



Ler esses livros é uma forma muito gostosa de aprender francês... e eu consigo entender o porquê dos franceses gostarem tanto desse tipo de leitura... não são apenas desenhos de super-heróis, são histórias de pessoas reais, com toda a sua vivência e bagagem cultural.

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