A tão esperada neve

Sabe criança? Que fica olhando para a janela esperando o Papai-Noel chegar? Então... é assim que o João está esperando a neve cair. Ela chegou ontem... mas nós quase não vimos cair... caiu muito pouquinho, mas pelo menos deu para deixar os carros e algumas praças com neve. Eu esperava os floquinhos de neve dos desenhos animados... mas ela nem é tão fofa assim... heheh.
É a primeira vez que vejo neve... já vi um resquício dela quando era pequena em Portugal, mas nem chegava perto do que é a neve de verdade. Quando falamos isso para algum Francês nós viramos atração... para eles é tão natural ter neve no inverno... E uma coisa que eles fazem muito por aqui é esquiar. Sabe casa de verão? Então... aqui existe casa de inverno também. Alguns tem chalés nas cidades onde tem pista de esqui e vão para lá passar algumas temporadas durante o inverno. Já falei para o João que não podemos perder essa oportunidade e fazer esqui também... depois eu conto com foi. Por enquanto o máximo que vamos conseguir e escorregar com a neve acumulada nas calçadas...

Esses pontinhos brancos são neve... foi tudo que deu para pegar... rsrsrs

Terraço da Alliance Francese.

Outro ponto de vista sobre o Natal

Desde que cheguei na França tenho encontrado novos sentidos para coisas cotidianas e uma delas é, sem dúvida, o Natal. Eu finalmente entendi Papai Noel e toda aquela roupa com pêlo branco saindo das botas e do casaco. Essas botas são fáceis de encontrar em qualquer sapataria por aqui... Se eu pudesse chutar um percentual, diria que 1 em cada 3 meninas daqui tem uma bota igual ou parecida com a do Papai Noel. E quanto ao casaco... bem, eu comprei um igual... só não é vermelho! Porque eu ainda tenho bom gosto... pelo menos o meu marido diz que sim...Rsrsrs. Com o frio que está fazendo aqui a minha bota Timberland e o meu casaco de pêlo está sendo o meu uniforme oficial. Isso porque nem estamos no inverno (ainda não fez menos de zero grau), mas para mim, uma carioca de inverno de 20 graus, já estou no inverno da Finlândia. (Tá bom, tá bom... rolou um exagero... é que torna tudo mais dramático... adoro! Rsrsrs).

Um exemplo de bota.

Mas voltando ao assunto Natal, eu entendi outra coisa: as comidas gordurosas. Sabe aquelas castanhas, aqueles pães com linguiça misturada, aqueles bolos bem densos com fruta cristalizada dentro que a gente come no natal e quase passa mal? Então, aqui desce que é uma beleza! Tem coisa melhor que comida gordurosa no frio? Por isso mesmo já comprei minha esteira de yoga para fazer exercícios em casa! O inverno é perigoso... não dá para dar mole com ele. Isso sem falar das bebidas quentes: chocolate, café, chá e o famoso 'Vin Chaud', o vinho quente, que é uma tradição por aqui. E se for bem preparado é bem gostosinho... é vinho, açúcar, canela e frutas... Hum... o cheirinho de canela é uma delícia... dá para sentir de longe! Existe com vinho tinto ou branco... para todos os gostos, para não ter desculpa para não experimentar. A primeira vez que provei não gostei não... por isso te digo, tem que ser bem preparado, caso contrário pode ser um desastre.
Outra coisa bem tradicional são as feiras natalinas. Nelas você encontra tudo o que tem à ver com o tema: bebidas quentes, comidas gordurosas, biscoitos variados, bolos densos com frutas cristalizadas, idéias diferentes de presentes. Falando assim até parece simples, mas é muito legal, bem divertido. E acaba virando um programa de domingo... como aconteceu com a gente hoje. Aqui em Lyon tem uma feira bem grande que fica na praça perto do Perrache (estação de trem). Fomos hoje lá e me diverti muito! Eu adoro feiras e adoro natal e todas aquelas coisas bregas natalinas. É brega! Mas eu adoro. Juntando as duas coisas então... fiquei feliz da vida.
Agora para completar o visual do Natal que importamos lá (aí) no Brasil só falta a neve... e segundo a meteorologia ela chega amanhã...

Feira Natalina no Perrache.

Barraquinhas da feira Natalina no Perrache.

Muros pintados - Murs Peints

Muros pintados. Se existe alguma forma de deixar uma cidade mais interessante, essa é, sem dúvida, uma delas. Aqui em Lyon temos18 muros pintados no total. Eles geralmente são financiados por iniciativas públicas ou privadas. A última se beneficiando de uma logo na pintura, por exemplo. Nós já fomos ver alguns por aqui... e são bem interessantes e diferentes.
O meu preferido é o muro dos artistas. Nele tem várias personalidades Lyonnaise: Paul Bocuse, um dos chefes mais renomados do mundo; St-Exupery, o escritor de 'O Pequeno Principe'; os irmãos Lumière, que inventaram o cinema. E é claro, que eu não podia deixar de parabenizar o senhor Paul Bocuse pelos diversos prêmios ganhos... hehehe.



Muro dos artistas



Legenda do Muro dos artistas

Cada muro tem um tema, esse abaixo é sobre cinema. Tem vários cartazes de filmes famosos, assim como a imitação de um backstage. Fica perto da praça Guillotière.

Esse imita uma biblioteca e fica perto do Muro dos Artistas.

Esse fica na Croix-Rousse. E mesmo em obras ainda é incrível. Parece que são vários prédios, mas é apenas um muro de um dos prédios da região. Ele imita as escadarias para se subir nesse bairro que fica no alto da colina de mesmo nome. 

Se quiserem saber mais sobre os muros é só entrar no site abaixo. Não é só em Lyon que a Cité-Creation faz esse trabalho. Tem também em Moscou, Barcelona, Shangai, Israel...

http://www.cite-creation.com/peintures-murales/fresques-lyon-parcours-murs-peints.html

Fête des Lumières - Festa das Luzes

A Festa de Lumière é a festa mais esperada de Lyon. Ela surgiu em agradecimento à Virgem Maria por ter livrado a cidade da peste. Era uma procissão onde as pessoas carregavam tochas até a Catedral de Fourvière para agradecer à Virgem até que em um ano choveu muito e os devotos não conseguiram subir a colina da catedral para agradecer. Então em sinal de lembrança da procissão, os devotos colocaram velas em suas janelas... e foi assim que nasceu a Festa das Luzes evoluindo e se transformando nesse evento gigantesco que é hoje.
Uma festa que eu acho que todos deveriam ter oportunidade de ver... é simplesmente tão incrível que nem mesmo fotos podem fazer jus ao que acontece na cidade. E nem vídeos... mas eu tentei mesmo assim...:

Esse foi a projeção que aconteceu na Place Terraux, 3 prédios e uma estátua com projeção... 180 graus de informação visual... simplesmente incrível.

Essa foi a projeção feita na Igreja Saint-Jean. Lindo... mas a anta aqui filmou de lado e não sabe desvirar o filme... para ver direito vai ter que virar a tela do computador... hahaha

Não... não é um elefante de verdade... É uma projeção patrocinada pela rede de cinemas UGC. Eles colocaram essa projeção em um corredor, então de longe parecia que o Elefante estava em um palco... De perto era muito real também. A imagem perfeita, sem falar do som. Ah! E quando a gente passava para o outro lado da projeção a gente via a traseira do elefante...hahaha. Genial.

Esse imitava papel voando, todo iluminado... ficava dentro do Hotel de Ville (Prefeitura). O legal do festival também é que você podia ter acesso à alguns prédios que não tem normalmente, como o interior da prefeitura e o antigo hospital (Hotel de Dieu) que fica às margens do rio Rhône.

 

Tinha muita coisa interativa também... Como o Jogo de Pembolim, que você podia jogar em um prédio. 

E a animação que você podia fazer na fachada da Gare Saint-Paul. 

Acho que com essas fotos e vídeos já deu para entender a magnitude do evento, né? É incrível... nunca vi isso em lugar nenhum. A festa acontece todos os anos, são 4 dias em torno do dia 8 de dezembro, que é o dia de agradecimento. Fica a informação para os anos seguintes... Ah! Mas não esqueça de comprar sua passagem e reservar o hotel com pelo menos 4 meses de antecedência...


http://www.fetedeslumieres.lyon.fr/

Roubada ou não roubada... eis a questão.

Escrever sobre a Croix-Rousse me lembrou de um incidente que aconteceu quando eu estava indo para o bairro, há umas duas semanas atrás. Uma tarde, depois do curso de francês, eu resolvi ir passear e conhecer melhor a região. Como o João estava na faculdade resolvi ir sozinha mesmo... olhar coisas novas, passear um pouco... Peguei a bicicleta (aqui você pode alugar bicicletas pelo dia) e fui margeando o rio Rhône até chegar em uma ponte que desse na direção da Croix-Rousse. Teve uma hora que fiquei meio perdida e resolvi parar para pegar o meu Iphone para checar o mapa e ver aonde eu estava exatamente... Até que, certo momento, vi um sujeito parar do meu lado... Logo pensei: porque ele está parado do meu lado se eu estou um pouco afastada da faixa de pedestres para atravessar? Já fiquei meio cabreira... guardei o meu Iphone no bolso e foi aí que ele veio na minha direção... perguntando aonde ficava a prefeitura. Eu acho que foi isso que ele perguntou... porque nem ouvi direito, disse que não sabia montei na bicicleta e fui embora.
Agora fica a questão: Isso foi uma tentativa de assaltou não? Se eu tivesse ficado, ele teria pedido o meu telefone? Eu não gostei muito da atitude suspeita... parar do meu lado enquanto eu estava mexendo no celular... porque ele não perguntou para qualquer outra pessoa que estivesse passando na rua? Enh?
Já ter morado em uma cidade violenta faz com que você fique mais atenta ou cheio de nóia? Vai ver o pobre coitado só queria me perguntar aonde era a prefeitura mesmo e eu já achando que ele estava olhando o meu celular. E eu ainda pensei: Eu não vim do Rio de Janeiro para ser assaltada aqui em Lyon! Ah não!!!
Mas o pior é não ter ainda a malandragem do lugar, entende? Me sinto um pouco perdida... sem parâmetros. Eu não sei como os roubos acontecem aqui... no Rio, só de olhar para o sujeito (na maioria dos casos) eu já consigo ver se é alguém suspeito ou não... Ou atitudes suspeitas... Ou lugares não muito bons... Aqui é diferente, uma cultura diferente... tem muito árabe morando aqui também e eu ainda não entendo o comportamento dessa cultura onde os homens ficam nas praças porque não podem ficar em casa... É feio ficar em casa... mas ficar na rua sem fazer nada é legal...
Enfim... quando a gente muda de país a gente tem que aprender não só se movimentar em uma cidade diferente, como também as características de comportamento... que passa desde saber como brigar pelos seus direitos (aqui na França é dando patadas sem levantar a voz, o que eu admito ser difícil para mim) até identificar possíveis assaltos. Esse estudo antropológico pode ser até interessante... quando você finalmente aprende, porque o caminho do aprendizado pode ser bem perturbador...

Croix-Rousse - o bairro trabalhador de Lyon

A Croix-Rousse é um bairro bem tradicional de Lyon. Foi um bairro que começou a crescer no início do século XIX para abrigar os trabalhadores das tecelagens de seda. Eram trabalhadores autônomos, que depois vendiam o tecido para as grandes empresas e, por isso, tinham as máquinas de tecelagem (com 3 ou 4 metros de altura) dentro de seus apartamentos, onde moravam com a família. Os apartamentos até hoje conservam as características da época: pé-direito bem alto, com um mezanino dentro do apartamento. O bairro conheceu a 'Revolta de Canuts', revolta dos trabalhadores tecelões com as condições precárias de trabalho, que durou anos.
O bairro fica localizado em uma colina (colina Croix-Rousse) perto do centro da cidade. Lá de cima dá para ver boa parte da cidade e também a Notre-Dame de Fourvière, toda bonita como um "Cristo redentor" deve ser. Na época da revolta a colina da Croix-Rousse era chamada de 'a colina que trabalha' e a da Fourvière 'a colina que reza'. Lá em cima da Croix-Rousse não tem muitas igrejas... talvez 2 ou 3 no máximo.
No pé da colina tem um anfiteatro romano (Amphitéâtre de Trois Gaule) que data do ano 19 d.C. A última reforma (II século) fez com que a capacidade do teatro ficasse em 20 mil pessoas.

Para subir até a praça principal do bairro você pode usar as escadarias... é mais fácil do que subir ladeira e a recompensa com a vista é certa... 

A praça Croix-Rousse e sua vista.

...Ou é possivel subir pelos 'traboules'. O bairro tem várias passagens por dentro de prédios para facilitar a subida da colina e são essas passagens que se chamam 'trabou les' (essa palavra é só usada aqui em Lyon). Uma das passagens passa por dentro do prédio abaixo. Ele foi construído em 1840, e é um bom exemplo de imóvel do século XIX, construído para abrigar os trabalhadores da seda. É um símbolo do bairro.

Nesse site www.lyontraboules.net/parcours.php é possivel saber um pouco mais sobre a história dos traboules e os percursos tanto na Croix-Rousse quanto na Velha Lyon. Na Croix-Rousse tem um outro jeito de saber se aquela porta ou passagem é um 'traboule' (uma passagem que dá em outra rua e é aberta ao público). Geralmente os traboules tem um ladrilho preso na entrada da porta: ou com uma seta ou com um leão em azul no fundo amarelo, assim fica fácil de reconhecer as passagens e se divertir descobrindo s caminhos.

O bairro hoje continua não sendo um bairro muito chique. Não é a parte mais valorizada da cidade, por causa das suas ladeiras, mas eu acho muito simpático. Tem vários bares simpáticos e algumas lojas de brechó que posto para vocês depois. Fazendo uma comparação um pouco estranha... é como a Lapa no Rio de janeiro, tem muito história lá e tem um 'Q' meio boêmio, mas ao mesmo tempo não é o lugar mais seguro e amigável aqui de Lyon. De qualquer forma é um bairro, ao meu ponto de vista, imperdível aqui da cidade. Onde se tem a essência dos Lyonnaises da gema.

Feira de Roupas em Villeurbanne

É impressionante como, às vezes, pouca coisa consegue nos deixar tão feliz! Esse domingo nós fomos em uma feira de roupas e utensílios domésticos que uma amiga nossa descobriu no bairro Villeurbanne. A feira é enorme, tem uma parte convencional de frutas e legumes, mas a maior e melhor parte é a que vende roupas, sapatos, luvas, e várias outras coisas. Casaco por 30 euros, sapato por 15, luvas por 10, cortina por 20... tudo isso você encontra lá. Finalmente, conseguimos comprar nossa luva, que com o tempo esfriando já estava começando a fazer falta. 10 euros um par de luvas de couro (segundo eles genuíno) com um revestimento quente dentro. Ótima compra!
Mas o que realmente me fez pular de alegria não foi a compra das luvas. Primeiro, conseguimos encontrar queijo parmesão para colocar no macarrão... É... os franceses não usam queijo parmesão e sim, o Emmental, que é mais úmido e, por isso, não surte o mesmo efeito. Estava louca por parmesão (já estava até na listinha de coisas que os meus pais devem trazer em dezembro), conseguem imaginar a alegria que fiquei quando avistamos um supermercado de coisas italianas... bem na praça onde se encontrava a feira... Entramos e lá estava o parmesão bem raladinho... só esperando para eu comprá-lo! Super! Levei 300 gramas e agora até no arroz estou colocando parmesão... hehehe... tudo para matar a saudade...

Mas, receio dizer que a compra do mês não foi o parmesão... E sim um apetrecho que permite com que o meu chuveirinho do banheiro vire um chuveiro de verdade, suspenso! Sim! Depois de 3 meses tomando banho de chuveirinho esse tormento não me pertence mais... Agora eu tenho uma 'duche' em casa... porque tomar banho de chuveirinho é uma M... e tomar banho de banheira não é prático... alguém precisa dizer isso para os franceses...

Ah, para quem visitar Lyon a feira fica no bairro de Villeurbanne, e eu fui domingo, mas não sei se tem outros dias da semana... talvez sábado... Se pegar o T1 e saltar na parada 'Le Tonkin' é só seguir os velhinhos com as cestas que você chega lá... na Place Wilson.

Boate KGB

Nessa sexta resolvemos que iríamos conhecer mais da Night (Soirée) Lyonnaise. Então, abri o meu guia, o Petit Paumé e comecei a ler os lugares onde eu poderia sair para dançar com o João... afinal de contas, fazia muito tempo que não fazíamos isso e eu já estava com saudades. Adoro dançar! E também estava muito curiosa para ver como os franceses se comportam em nigths, o que as meninas vestem, etc...
Então resolvemos ir a uma boate chamada KGB. A namorada francesa de um amigo meu do curso de francês já tinha falado dessa boate para a gente, por isso, resolvemos ir nela apesar de haver outros lugares em potencial que ficaram em espera na nossa listinha.
Chegamos lá por volta de 23:40... e o lugar estava vazio... logo pensamos que era furada, mas depois a boate encheu mais. Isso prova que tem lugares aqui em Lyon que começa depois do horário de fechamento do metro... rsrsrs. É engraçado como o meio de transporte pode influenciar no horário de saída da galera, mas influencia... Aqui, a maioria das saídas acontece mais cedo do que no Rio, costuma começar por volta de 20h... porque às 00:30h da noite todo mundo já está pegando o último metro de volta para casa. Não tem taxi toda hora passando na rua e eu nem sei se é caro... só sei que só tem carrão rodando como taxi aqui: Mercedes, Audi, BMW e até Porche já vimos, quer dizer, o João viu... ele fica louco para andar em um desses...
Mas voltando ao lugar... é um espaço super grande e super bem decorado na temática Russa... Com salas privativas com cadeiras estofadas com veludo vermelho. É um bom lugar para marcar um aniversário ou encontro com muita gente, pois tem espaço. Tem também, várias imagens de personalidades russas e algumas estantes em madeira escura com livros para fechar o ambiente. E o mais importante: tem uma carta com mais de 20 vodcas diferentes, do mundo inteiro. É impressionante. Nós provamos uma Finland de limão e uma Stolichnaya de canela, que é 'supér' (como diz os franceses, mas sem precisar do acento). Aqui na França é proibido vender uma bebida com grau alcoólico alto sem uma bebida sem álcool junto. Por isso, o shot de vodca vinha acompanhado de água com gás, coca, suco de fruta... dependendo da vodca (branca, frutada). O shot custa em torno de 4 euros e o acompanhamento não-alcoólico 5 euros... ou seja, o copo de água mais caro que eu já bebi na vida, mas tá valendo! Uma boa pedida para quem vai com um grupo grande é comprar a garrafa, tinha muita gente fazendo isso lá.
Ah...! E sobre o comportamento dos franceses em boate? O mesmo que dos brasileiros... talvez um pouco menos de pegação, mas ontem até o barman se deu bem... Também tinha gay (bicha louca), tinha grupo de universitário bêbado, tinha meninas perigando e tinha até menina perigando, mas que tinha um ritmo péssimo para dança, tadinha... muito desengonçada. Tinha também pessoas mais velhas, o que eu gosto, melhor do que uma boate somente de jovens. E nossa... teve também um homem que fedia demais... até agora não sei bem quem é, mas o fato é que ele conseguiu empestear uma grande área de metros cúbicos... Isso é uma coisa que ainda é um mistério para mim: ele não sente o próprio cheiro? Era insuportável... talvez ele tivesse algum problema mais grave de glândulas sebáceas, sei lá... já estou viajando... rsrsrs.
Enfim... mas nos divertimos muito e recomendo o lugar. Se você quer experimentar vodcas diferentes, estar em um ambiente diferente e dançar uma música boa (com letra... não só batida), esse é um bom lugar.

www.akgb.fr

Beaujolais Nouveau est arrivée!!!

Beaujolais é uma região vinícula que fica ao norte de Lyon. A região tem várias aldeias produtoras de vinho, são as do sul que produzem a maior quantidade.
O vinho é produzido com a uva Gamay e não é tido 'muito bom' pelos franceses. É um vinho barato, custando em torno de 3 euros a garrafa no supermercado. É muito exportado, dizem que é porque os franceses não querem bebê-lo... rsrsrs... (acho que é uma brincadeira deles aqui... não sei). O fato é que em torno do vinho Beaujolais existe marketing. E o 'dia do Beaujolais Nouveau' é, sem dúvida, uma boa jogada.
Beaujolais Nouveau é o evento de lançamento do vinho novo, da uva colhida no mesmo ano, na verdade, colhida à algumas semanas antes. Sempre acontece na terceira quinta-feira do mês de novembro. E várias pessoas vão aos bares que possuem o novo vinho para degustar. A garrafa custa em torno de 9 euros (1,5 euros por copo + ou -), por isso na última quinta-feira vimos bastante pessoas bêbadas pelas ruas... é um vinho barato com uma boa desculpa para bebê-lo: provar a nova safra que vem.
Uma história que ouvi (mas não consegui achar nada que comprovasse) é que essa tradição começou no cais de Lyon. Antigamente era proibido provar os vinhos ainda novos, com menos de 1 ano, mas quando o Beaujolais chegava no cais, os trabalhadores se reuniam às escondidas para provar o novo vinho que estava chegando... Voilá!...Foi assim que surgiu a tradição. Tudo que é proibido dá um gostinho diferente, até o vinho ruim fica bom... rsrsrs.
Como estou super empenhada em participar de todas as manifestações culturais da cidade, na quinta-feira (17) estávamos lá (eu, João e alguns amigos do meu curso de francês), para sermos um dos primeiros a provarmos o Beaujolais Nouveau. Fomos a dois bares: no primeiro provamos dois tipos de vinho e até que não eram ruins, compraria uma garrafa no supermercado sem problema. Mas no segundo bar que fomos provamos um vinho realmente bem ruim, até para mim, que não sou super entendida de vinho... E agora pensando, ele devia ser bem ruim mesmo, pois já era a terceira garrafa que estávamos tomando e mesmo assim conseguimos achar o gosto ruim... hehehe. Enfim, a dica é: escolha bem o bar que vai sentar para provar o novo vinho, pois os tipos de vinho são diferente em cada bar.
Outra coisa que um professor meu falou é que é possível que o Beaujolais Nouveau tenha bastante aditivos, pois, para ele, é difícil um vinho ter já aquele gosto com apenas 1 mês e meio de maturação... enfim... se é verdade eu não sei, mas quando chegamos em casa estávamos com a boca e a língua roxa... não sei se é por causa da uva... hehehe.
O fato é que é uma boa desculpa para marcar um chopp... quer dizer... um vinho com os amigos em uma quinta (provavelmente, gelada) de novembro.

Annecy

Eu fiquei apaixonada por Annecy! É uma cidade muito linda e super romântica. Recomendo fortemente para os casais em Lua-de-mel. O Rio que corta a cidade, e que desemboca no Lago de Annecy, dá um charme especial à cidade. Para mim, Annecy é melhor que Veneza... Está bem, eu implico um pouco: Veneza é linda, sem dúvida, mas quando fui achei a cidade muito cheia e cara.
Annecy tem vestígios de vilas existentes na região datada do Período Neolítico (Idade da Pedra Polida) e o primeiro povoado foi criado pelos romanos no primeiro século A.C. Mas foi no século XI que a cidade começou a tomar a forma que ela tem hoje.

Nós passamos o domingo lá, e de manhã, estava tendo feira na cidade. Acho que deve ser alguma lei na França: sábado e domingo é dia de feira! Rsrsrsr. E eu adoro... Uma coisa interessante é que nessa feira tinha também uma parte de roupas, que acabam sendo bem mais baratas do que em lojas. Eu comprei uma blusa de lã e caxemira por 10 euros... super bom marché. Quando fomos à Vienne também estava tendo feira de roupas... tinha casacos grandes por 30 euros!

Um passeio que não pode deixar de fazer é caminhar em torno do Lac d'Annecy. É um passeio lindo e muito agradável... ainda mais quando está com um solzinho gostoso batendo em você.

Outro ponto onde não pode deixar de ir é no Castelo de Annecy, que fica em cima de uma colina e é possível ver a cidade de cima. Dentro do Castelo tem também exposições e até um aquário.

Chegamos em Annecy sábado à noite e fomos embora no domingo. Nesse tempo comemos fondue e dois pratos típicos da região: Tartiflette e um prato que mais parece um misto quente metido à besta. Nenhum dos dois tinha carne, no máximo presunto. Sem dúvida, carne não é o ponto forte da França.


Pão, presunto, molho branco e bastante queijo da região.



Batatas, molho branco e queijo da região.

Ficamos em um hotel super bem localizado e não muito caro, 65 euros a noite. Recomendo: Kyriad Annecy Centre. Também fizemos tudo pelo booking.com, como sempre.

Chambery

Chambery é uma cidade pequena, no caminho entre Grenoble e Annecy. Nós fomos para lá partindo de Grenoble e o caminho de trem é lindo... fomos bem de manhãzinha e ainda tinha muita neblina pelo caminho, tornando tudo ainda mais diferente do que uma carioca está acostumada.

A cidade fica situada no departamento de Savoie, que só foi anexado novamente à França em 1860. Essa região já fez parte da Itália e da Suiça. Eles ainda tem um senso bem forte de estado, quem nasce na região é Savoyard, apesar de não quererem a separação da França e pelo que eu saiba não tem um dialeto local.
A cidade possui certa de 50 mil habitantes e as primeiras casas foram instaladas na época Gallo-Românica (antes de cristo),mas foi no século XI que a vila se desenvolveu por causa da sua posição estratégica perto dos Alpes, entre França, Itália e Suíça. 
A cidade ainda tem algumas edificações bem antigas e a mais marcante é o Château des ducs de Savoie, um castelo datado por volta de 1200, mas que sofreu várias modificações com o tempo. Possui uma igreja dentro, mas infelizmente não conseguimos entrar porque estava em reforma.

Visão externa do Castelo.

Fachada da igreja do castelo.

Área interna do Castelo

Outra edificação que me surpeendeu foi a Catedral, pelo lado de fora ela é simples, mas do lado de dentro é pintada como se tivesse relevos por todo o teto. Além de ter um orgão lindíssimo!

A Fontaine des Elephants também é um ponto turístico bem visitado na cidade. A fonte foi instada em 1838 em homenagem ao General de Boigne, que foi um grande benfeitor para Chambery, sua cidade natal.

Uma dica muito boa na cidade é fazer a visita guiada que o 'Centro de Interpretação da arquitetura e do patrimônio' oferece. Sai, praticamente todos os dias, às 14:30 do Hotel de Cordon, onde o centro está instalado. A visita dura em torno de 2 horas e é bem interessante porque a guia conhece várias ruelas que um turista comum talvez não entrasse. Além disso, ele tem acesso à várias entradas de prédios antigos, permitindo assim, que vejamos o interior das edificações. Muito legal... recomendo muito. Custa 5 euros o passe e 3,50 euros para estudante. E fora que somente com a visita guiada é permitido entrar no Château des ducs de Savoie.