terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Família

Eu já tinha esquecido como era fazer parte de uma família grande. Eu e João quase passamos despercebidos aqui em Lyon, a não ser pelo nosso sotaque e pela altura do meu marido (eu já falei que ele tem 2 metros?). Mas a chegada da minha família aqui na cidade me fez relembrar. Não teve um lugar que tivéssemos passado que não tivéssemos sido notados... ainda mais uma família de 5 pessoas (6 com o João), super barulhenta até mesmo para os padrões brasileiros. Imagina o que os franceses não devem ter pensado de nós... todos falando alto e ao mesmo tempo na mesa dos restaurantes, e ainda assim se entendendo... ou achando que estávamos nos entendendo.
O fato é que a vinda dos meus pais e irmãos para cá foi uma avalanche de emoções. Primeiro fiquei muito feliz de terem chegado... nem achei que estava tão ansiosa, mas mal consegui conter as lágrimas quando os abracei no aeroporto. Acho que só uma pessoa que já ficou longe da família pode entender. Depois queria que eles fossem embora... aquela confusão toda... a minha mãe me perguntando pela décima vez o que era Fourvière, o gerenciamento de todas as vontades das 6 pessoas que estavam juntas... isso tudo já estava me deixando um pouco perturbada... mas essa parte durou pouco...
Quando o réveillon passou e foi hora deles partirem... uma imensa tristeza tomou conta de mim... Eu senti um vazio enorme... me senti desamparada... abandonada... Eu e João teríamos que tomar conta um do outro sozinhos novamente... Depois que eles partiram, fui chorando os 20 minutos que levaram para chegar na minha casa... Nessas horas eu penso o quanto é bom ter na língua portuguesa uma palavra que transmita exatamente o que eu estou sentindo... com toda a intensidade: Saudade.


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