domingo, 10 de fevereiro de 2013

Amsterdam - Amsterdã - Amsterdão

 

Está aí a minha cidade favorita da última semana: Amsterdam! Nem preciso dizer que estou completamente apaixonada por esse lugar... e não, não é por causa dos Coffee Shops onde a maconha é liberada. A cidade com os seus canais e suas casinhas que mais parecem de boneca tem um charme todo especial. Andar pelas ruas pequenas e se perder nos canais é uma delícia.
A minha primeira dica com relação à cidade é o FreeTour, esse tour nos permite saber curiosidades sobre Amsterdam e a cultura local que nós não saberíamos se simplesmente andássemos por ela. Como por exemplo: porque as casas de Amsterdam são um pouco tombadas para frente, ou porque o Red Light District (onde as meninas vendem o que elas tem de melhor) fica perto de uma das igrejas mais importantes da cidade. Enfim, não espere do tour uma explicação sobre as igrejas e prédios, ele é mais uma explicação da história de Amsterdam e da cultura local.
A minha segunda dica da cidade é o blog Ducs Amsterdam que é de um brasileiro que mora lá. Foi através do blog que descobrimos o Stroopwafel, um biscoito wafel recheado com caramelo que deve ser colocado em cima do café para ficar mais mole... hum... delícia! Compramos vários no supermercado mais famoso de Amsterdam (Albert Heijn) e trouxemos aqui para Lyon.

Doce típico holandês: stroopwafel
Foto do Blog Ducs Amsterdam.

Biscoito da marca do supermercado: Abert Heijn.

Com relação aos museus o Van Gogh é imperdível. Ele está fechado até abril de 2013, mas tem parte do seu acervo no Museu Hermitage. Eu amo Van Gogh, então sempre vou dizer que vale a pena! O maior museu da cidade, Rijksmuseum, também está em obras. Eu achei caro (14 euros) pelo que está exposto lá... só alguns quadros interessantes de Rembrandt. Com relação ao museu Anne Franck, da casa mesmo sobrou pouca coisa, mas os vídeos e a parte escrita do museu são bem interessantes, de qualquer forma vale a pena ir, pois é um clássico da cidade. E finalmente o museu que mais me surpreendeu foi o Museu Casa de Rembrandt. É a casa dele mesmo ainda com objetos dá época em que estava vivo, mas o mais legal foi assistir algumas mini palestras que aconteciam na casa, como por exemplo, como Rembrandt fazia suas tintas e como ele fazia a impressões em metal de algumas de suas gravuras. Bem legal!

Museu Rembrandt

Museu Rembrandt

Museu Rembrandt - como fazer tintas.

Museu Rembrandt
 
O charme de Amsterdam também está na sua natureza mais liberal, por isso não deixe de visitar a Red Light District, que é uma região que fica em torno da Oude Kerk (Igreja velha). Não deixe de se embrenhar pelas ruelas estreitas para ver o mercado mais famoso da cidade. Evite tirar fotos, você pode realmente se meter em encrenca, mas como há maluco para tudo, vai aí uma foto que achei na internet para que entendam porque a região se chama Região da Luz vermelha.

Foto pega da internet. Red Light District.

Outra coisa que não pode perder são os Coffee Shops. A venda de pequenas quantidades de maconha é liberado em Amsterdam apenas nos Coffee Shops. Mas o mais curioso disso tudo é que a plantação e a venda de grandes quantidades não.... então, como é que os Coffee Shops podem comprar grandes quantidades para poder venderem? Paradoxal, não? Enfim... o importante é saber que nesses Coffee Shops tem vários tipos diferentes da planta, além de bolos (space cake), chás e cafés (esses últimos sem maconha... rsrsr). Vai aí duas dicas de lugar: 
- Paradox, indicação da Guia do FreeTour para comer o Space Cake. Um lugarzinho bem pequeno perto da Casa da Anne Frank que eu acabei não indo porque estava fechado no dia.
- Amnesi, um coffee shop que mais parece um bar. Costuma estar vazio e é bem discreto.

Tenho também boas dicas de restaurantes na cidade dos canais. A primeira e a melhor de todas é o restaurante Moeders. Um restaurante onde tem várias fotos de mães dos clientes pelas paredes... e eles ainda estão aceitando novas fotos! Um lugar com comida típica, super gostoso e com um preço bem razoável para Amsterdam (prato em trono de 15 euros). 

A faxada.

O interior.

Prato típico... hummmm!

O outro restaurante é o Pancake Bakery que vende panquecas por 12 euros. Uma opção de almoço por um preço bom também.

The Pancake Bakery.

A panqueca!

Os holandeses tb são famosos pelos queijos e iogurtes. No supermercado Albert Heijin vc encontra yogurtes bem gostozinhos para experimentar... e sai mais barato que comer o café-da-manhã na rua.

Como adoro mercados / brechós / feiras gostei de ir do mercado de flores (Bloemenmarkt), que fica ao longo da rua Singel, perto da Koningsplein. Comprei lá semente de arvore bonsai, que vou plantar quando voltar p o Brasil. Tem também o mercado que fica na Praça Waterloo. Quando fui estava fechado, mas a guia do FreeTour falou que tem bugigangas de turistas mais baratas nesse mercado do que em lojas de souvenir... Pode ser uma boa dica, mas não consegui verificar.

E estão aí as dicas da cidade que me deixou apaixonada nesse inicio de ano, talvez porque a vi com sol e com neve... 









sábado, 5 de janeiro de 2013

Feliz ano de 2013!



 
Diferente do começo do ano de 2012, este réveillon foi regado de sentimento de mudança e renovação. Com uma boa pitada de frio na barriga como a chegada de um ano cheio de planos deve ser. Mesmo não sabendo exatamente o mês que vou voltar para o Brasil esse é o ano em que volto para a minha terra, para minha família e para meus amigos. Se estou feliz? Claro que estou feliz, mas também estou triste pois vou deixar muitas coisas que conquistei para trás: uma casa, amigos, o meu açougue, a minha padaria com a minha baguete da tarde, a minha doceria com o melhor macarrons da cidade e a vista da Fourvière...Ah... a Fourvière! O fato é que não me vejo na França para sempre... para sempre é muito tempo. Tempo demais! Mas ao mesmo tempo ainda não me vejo fora dela... Para esse ano um único pedido: que a volta seja menos dolorosa que a vinda!

sábado, 24 de novembro de 2012

Clichê: ninguém escapa dele

Se o mundo fosse assim tão simples quanto os clichês a vida seria muito menos complicada... É claro que eu não gosto que a cultura brasileira seja resumida somente à samba, caipirinha e futebol, mas será que alguns clichês não são mesmo verdade? Eu, por exemplo, adoro carnaval e samba, caipirinha é um dos meus drinks favoritos, e sim, eu gosto de futebol e tenho blusas do meu time. Mas, e quando os clichês são pejorativos, o quê fazer com eles? 

Uma coisa que me alivia é que todas as culturas tem os seus clichês, sendo eles verdade ou não, bons ou ruins, e a cultura francesa também não está fora dessa. Os franceses não tomam banho, os franceses não trabalham (menos do que o resto do mundo, isso é verdade!), os vinhos franceses são os melhores do mundo (alguém já parou para contestar isso? E os vinhos italianos, chilenos, argentinos?). Enfim... aí vai uma música e um filmezinho bem divertido sobre os clichês franceses... alguns são verdade outros nem tanto...

Em inglês:

Em Francês:


A música de Pink Martini: Je ne veux pas travailler. E para quem quer conhecer a letra: http://www.lyricstime.com/pink-martini-je-ne-veux-pas-travailler-lyrics.html



Mas se quer conhecer um pouco da origem dos nossos clichês não deixe de assistir esse documentário, simplesmente fantástico! Olhar Estrangeiro, dirigido por Lucia Murat.



quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A força de um abraço


Acreditem ou não, mas depois que comecei as aulas na faculdade aqui em Lyon as pessoas que eu tenho sentido mais falta são os meus amigos brasileiros. Sinto falta, principalmente, da liberdade que temos para nos tocarmos, abraçarmos, beijarmos, sem precisarmos de desculpa para isso. Agora que estou tendo contato com vários franceses pude verificar que os brasileiros são mesmo um povo tátil como eu sempre ouvi falar que nós éramos. O fato é que algumas coisas simplesmente precisam ser vividas para serem entendidas em vez de repetidas. Se eu não tivesse conhecido uma galera brasileira por aqui nem me lembraria mais quando foi a última vez que abracei um amigo. Aquele abraço intenso, sem duplas intenções, que só a boa amizade pode nos proporcionar. Aquela troca de energia sem cunho sexual que eu só me lembro vivenciar em duas situações: em um abraço apertado e em um mergulho no mar (talvez seja por isso que eu goste tanto do mar).

Isso me fez lembrar uma reportagem que vi uma vez na televisão sobre americanos que faziam aulas de abraços. Sim, eles pagavam uma aula para abraçar as outras pessoas, pessoas que eles nem conheciam. Vocês acharam isso tão triste quanto eu achei? Eles pagavam por uma coisa que nós, brasileiros, trocamos todos os dias, com prazer e de graça. Nós podemos falar várias coisas do Brasil, mas não podemos negar que a cultura brasileira é calorosa, é carinhosa, e isso faz com que todos nós sejamos um pouco mais felizes.

Quanto mais tempo aqui percebo que as diferenças de culturas podem ser sutis a olhos nus, mas imensas quando são vivenciadas. Pequenos detalhes que nem eram notados antes podem transformar da água para o vinho uma relação, uma experiência, uma emoção. Pequenos detalhes como um simples abraço.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Provence - algumas poucas cidades.

A França é realmente um país com muitas cidades a se descobrir... é uma pena que a maioria das pessoas só se interessem em conhecer Paris. Não que Paris não seja espetacular, mas a França é tão mais do que a capital! É possível ficar meses viajando por aqui sem ter visto tudo e olha que o país é do tamanho do nordeste brasileiro.
Pois bem, dessa vez fomos explorar um pouco a Provance, tínhamos somente 3 dias (como na viagem à Côte d'Azur) e nem preciso dizer que não conseguimos ver tudo que gostaríamos, né? Vou contar um pouco sobre as cidades por onde passamos.

Chateauneuf du Pape
Para quem não conhece essa é uma das regiões mais bem cotadas para vinho. Nessa região existem vários vinhedos. Na cidade também tem várias lojas onde pode experimentar e comprar vinhos. Para os amantes dessa bebida deliciosa esse é um passeio interessante.

Vinhedo na região.

A cidade Chateauneuf du Pape.

Chateauneuf du Pape.

Loja de vinhos.




Gordes

Essa simpática cidade medieval é perfeita para um passeio de domingo. Ela fica em uma colina onde é possível ver a vasta planície a sua volta. A pequena cidade está classificada como uma das mais belas da França. Não deixe de percorrer suas ruelas e entrar nas lojinhas de azeite no caminho.

Chegando em Gordes.

Gordes.

Gordes.

A porta é pequena ou ele é que é grande?

A praça principal.

Lojinha de azeites.

Carro antigo estacionado em Gordes.

Aix en Provence
Essa já é uma cidade um pouco maior do que as outras, com 145 mil habitantes (40 mil estudantes) essa é uma das cidades mais importantes da região de Provance. É conhecida por ser a cidade de nascimento de Paul Cézanne, um grande pintor impressionista francês. Gostei de visitar o Museu Granet, apesar de achar que ele teria mais obras de Cézanne (a cidade não tem dinheiro suficiente para comprar as obras mais caras do pintor). É um pequeno museu interessante com umas poucas obras de Cézanne, Picasso e outros artistas. Mas se você quer mesmo entrar um pouco na vida do artista visite o Atelier Cézanne. É o atelier onde ele trabalhou até sua morte, ainda está arrumado como ele deixou, com vários de seus objetos como o casaco que ele usava para pintar. É somente uma sala, mas para quem gosta do artista, é uma sala cheia de significado. Passear pelo centro e visitar as fontes da cidade velha também é interessante, as fontes são uma marca da cidade e estão espalhadas por toda parte.

Catedral da cidade.

Entrada do Museu Granet.

Cezanne.

Aix en Provence.

Aix en Provence.

Uma lojinha que poderia ser no Brasil.

Aix en Provence.

Aix en Provence e suas várias fontes.

Atelier de Paul Cezanne.

Atelier de Paul Cezanne.

Les Baux de Provence
Eu amei conhecer essa cidade. Ela também está classificada como uma das mais belas na França, assim como Gordes. Quando chegamos o sol estava se pondo e a luz que refletia nas paredes de pedra do antigo castelo era de um amarelo alaranjado lindo. O castelo parece que está cravado na pedra e de lá de cima dá para ver toda a planície em volta. O castelo é interessante porque tem vários pontos onde pode ler sobre a história do local.

Le Château des Baux.

Les Baux de Provence.

Les Baux de Provence.

Les Baux de Provence.

Les Baux en Provence.

Como era, como está.

O castelo da cidade.

A vista do castelo.

O pôr do sol em Baux.

Pont du Garde
A pont du garde é um aqueduto de 3 níveis que foi construído pelos romanos no século 1 a.C. Ele tinha como função trazer água de Uzès até Nimes. Quando eu cheguei no local, mal pude acreditar no que estava vendo. Na grandeza dessa edificação que possui mais de 2000 mil anos. O trabalho braçal e de engenharia que essa construção exige é simplesmente absurda. Se estiver passando por perto vale a pena conferir com os próprios olhos.

Pont du Garde

Pont du Garde


Pont du Garde.

Arles
Arles foi uma cidade romana super importante. Esse período da história ainda está bem vivo na cidade com a presença do anfiteatro, do teatro e da terma.  A cidade também é conhecida por ter abrigado Van Gogh (um dos meus pintores favoritos). Foi em Arles que seu estado mental se agravou e foi nessa cidade também que ele corta parte de sua orelha fora e é internado em um hospital psiquiátrico logo depois. Nesse período em que passou em Arles ele pintou vários quadros que eu adoro, entre eles o famoso Girassol.

Anfiteatro de Arles a noite.

Anfiteatro de Arles e seu arredor.

Dentro do anfiteatro.

A arena do anfiteatro.

Anfiteatro de Arles.

Teatro de Arles.

Teatro de Arles.

Arles.

Espaço Van Gogh, antigo hospital onde o pintor ficou hospitalizado.

O Café que Van Gogh frequentava e pintou em um quadro.

Está aí, um pouquinhos da Provance. Mas acredite, bem pouquinho, porque a quantidade de lugares para se conhecer só nessa região é inacreditável.


domingo, 7 de outubro de 2012

Mestrado na França

 
Quando nós decidimos vir para Lyon eu tentei entrar em um mestrado aqui, mas não consegui. Fiz toda a burocracia lá do Brasil através do 'CampusFrance', uma instituição que faz o vínculo de alunos brasileiros com as faculdades francesas. Você não precisa estar em nenhuma faculdade, basta seguir a orientação deles de candidatura (que começa logo no inicio do ano e fecha em maio). Mas apesar de toda a burocracia que tive que seguir, não fui aceita nas faculdades por causa do meu nível de francês. As faculdades para onde me candidatei exigiam Delf B2 e eu só tinha o Delf B1 (Delf é uma prova de língua francesa que indica o nível na fluência da língua).

Nem preciso dizer o quanto fiquei chateada de não ter entrado na faculdade, mas, uma vez aqui em Lyon, tentei de novo esse ano e fui aceita. Minhas aulas começaram em setembro e desde então ando super focada em conseguir ler tudo que preciso para o mestrado e é por isso que ando um pouco sumida do blog... Pensando na minha experiência na universidade francesa resolvi explicar aqui um pouco da burocracia escolar desse país.

Tipos de mestrado
Aqui na França existe o 'Master Professionnel' e 'Master Recherche'. O Master Professionnel é um tipo de mestrado profissionalizante, em geral, são 6 meses de aula e 6 meses de estágio. No final do curso você deve entregar um memorando e fazer uma apresentação sobre o trabalho desenvolvido no estágio. Já o Master Recherche é um mestrado voltado para pesquisa, é mais parecido com o nosso mestrado no Brasil, e envolve o desenvolvimento de uma tese.

Anos dos mestrados
O master aqui é dividido em dois anos: Master 1 e Master 2. Dependendo de quantos anos de estudo tem é possível se inscrever direto no segundo ano de mestrado, mas isso depende muito da faculdade. Apesar do Master 2 ser uma continuação eles não são ligados, você pode fazer o 1 e não fazer o 2.

Formas de entrar no master 
Formation Iniciale:
Para as pessoas que estão continuando o seu estudo as universidades na França são praticamente de graça, o ano de estudo custa em torno de 250 euros + 200 euros do plano de saúde para estudante (obrigatório).

Formation Continue:
Mas se você já tem mais de 26 anos, tem uma experiência de trabalho e já saiu da universidade à mais de 2 anos, você é obrigado a pagar também o custo do curso de mestrado. Essa forma de curso é chamado 'formation continue'. O valor depende muito do curso e da faculdade, mas varia entre 2 e 8 mil euros. E muitas vezes é o próprio empregador que paga o curso para o empregado. Mas se você não tem um emprego aqui na França que possa bancar essa formação, uma dica que pode ser interessante é que as pessoas que estão cadastradas no Pole-Emploi (um órgão de emprego francês, que cuida dos desempregados na França e tenta realocá-los no mercado de trabalho) tem um grande abatimento no valor do curso nas universidades, o valor pode cair para menos de 50% do valor inteiro do curso. 

Existe ainda a 'formation en Alternance' que é o mestrado feito em paralelo com o trabalho. Uma semana estudando, outra semana no curso...

Université ou École
'École' são universidades privadas francesas. Um ano de estudo pode girar em torno de 10 mil euros. Elas são super renomadas aqui na França e são, praticamente, a garantia de um emprego com um bom salário. Mas, para nós que viemos fazer um master em outro país não sei se vale muito à pena, pois as universidades francesas são quase de graça (para menores de 26, etc...) e são excelentes.

Espero que esse pequeno resumo sirva para alguns darem o seu primeiro passo rumo ao sonho de estudar no exterior... Segue abaixo os links das universidades aqui de Lyon.

Lyon 1, Claude Bernard: www.univ-lyon1.fr
Lyon 2, Lumière: www.univ-lyon2.fr
Lyon 3, Jean Moulin: www.univ-lyon3.fr