quarta-feira, 29 de maio de 2013

Feminismo? Ou uma questão de respeito mútuo?

Pensando em minha qualidade de vida, voltei a caminhar e correr há umas 2 semanas aqui na orla do Flamengo no Rio de Janeiro. E foi nessas incursões que me dei conta de nossa sociedade extremamente machista quando levei uma cantada grosseira no meio da rua de um motorista de caminhão.
Eu nunca me senti muito à vontade com esses tipos de cantadas, mas desde que voltei estou encarando isso como uma violência vivida dia-a-dia. Como se eu não tivesse mais o direito de sair de casa sem escutar o que eu não quero. Estou vivendo isso quase como uma violação do meu direito de ir e vir.
Antes que pensem qualquer coisa, as pessoas que me conhecem sabe: não tenho bunda nem peitos grandes, não sou gostosa, e não uso roupas muito provocantes (não é o meu estilo, mas teria direito de usar se quisesse!), ou seja, sou uma mulher bem normal... quase comum. E mesmo assim ando incomodada com essas investidas na rua.
Deve ser porque conheci durante um ano e meio a quase inexistência desse tipo de violência (sim, violência). Acreditem mulheres! É possível sair na rua com roupa de ginastica sem se sentir coagida!
Mas nós, estamos tão acostumadas com esse tipo de abordagem aqui no Brasil que nem nos damos conta da tamanha violência que vivemos dia após dia. De como isso é degradante para a classe feminina e como com esse ato os homens nos colocam como uma classe inferior, que deve ser dominada.
E não pensem que nós brasileiras não temos culpa nisso também. É impressionante como a nossa autoestima é baixa... Precisamos passar em frente à uma obra e sermos cantadas por um peão sem dentes para nos sentirmos bonitas... Isso está muito errado!
E isso fica ainda mais preocupante nas classes mais baixas. Onde as mulheres não passam de objetos e são muitas vezes coagidas à namorar com traficantes. Ou pior, elas querem namorar com traficantes pelo status, como se sem eles elas não fossem ninguém.
Também não quero ser hipócrita. É claro que queremos ter nossos egos massageados, mas o que questiono aqui é como isso é feito. Com pouquíssimo respeito, como se não fossemos algo à ser respeitado. Desculpe, mas uma cantada grosseira não deveria deixar ninguém lisonjeado. Ainda mais quando é praticada por alguém que poderia ser meu irmão, meu tio ou até mesmo meu pai.

4 comentários:

  1. Oi, Anna! Adorei seu blog! Suas postagens são muito boas. Concordo em parte com sua opinião sobre essa situação que vivemos. Muitas mulheres gostam, mas considero uma invasão e uma opinião que ninguém pediu. Concordo que há uma corroboração com esse comportamento, mas não acredito que "as mulheres não passam de objetos". :)

    ResponderExcluir
  2. Oi! Que bom que gostou do post et do blog. O que preciso agora é escrever mais, não é mesmo? Apareça. Abs

    ResponderExcluir
  3. Oi Anna! Descobri seu blog hoje, estou de mudança para Compiègne e muito assustada, queria seu email para fazer várias perguntas e quem sabe ficar um pouco mais tranquila. Meu email é likalmeida@gmail.com Muito muito obrigada! Lívia

    ResponderExcluir
  4. Oi Anna! Descobri seu blog hoje, estou de mudança para Compiègne e muito assustada, queria seu email para fazer várias perguntas e quem sabe ficar um pouco mais tranquila. Meu email é likalmeida@gmail.com Muito muito obrigada! Lívia

    ResponderExcluir