Não entendo o porquê de alguns brasileiros não quererem conhecer Portugal.
Eu já tinha ido a Lisboa quando tinha 12 anos, mas no final de semana passado
redescobri a cidade e adorei! Concordo que não é a capital mais limpa e
bem-conservada do mundo, mas aqueles prédios com azulejos (mesmo com alguns
quebrados) tem um grande charme. Na cidade tive uma estranha sensação familiar,
essa sensação não era somente por causa da língua falada. Visitar Lisboa é como
se você tivesse visitando Paraty (cidade perto do Rio de Janeiro) se a cidade
tivesse crescido bastante. E tem mais, come-se bem por um preço bem acessível,
com 10 euros dá para almoçar muito bem: sardinhas, alheiras, picanha, cordeiro,
bacalhau... hum... Prefira sempre aqueles restaurantes com ar de antigo, cujo
dono ainda serve os fregueses e as paredes são ladrilhadas de azulejos azuis e
amarelos. Esses são os melhores! Como em todas as cidades, fuja dos restaurantes
turísticos com aqueles cartazes mostrando o prato feito geralmente acompanhado
de batata frita.
Não é só a comida e os doces portugueses que Lisboa tem a nos oferecer. Se
for à cidade não deixe de visitar a região de Belém com todos os seus
atrativos: Mosteiro do Jerônimo, Torre de Belém, Monumento do descobrimento e,
é claro, os verdadeiros Pastéis de Belém. O Mosteiro é lindo. Com seu claustro
todo trabalhado em pedra ele me conquistou. E se você é como eu que gosta de
tirar fotos com as lápides de defuntos conhecidos não deixe de ir à igreja do
mosteiro onde pode ver a lápide de Camões e Vasco da Gama (meu marido vascaíno
adorou).
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Mosteiros dos Jerônimos. |
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Vasco da Gama. |
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Cláutro Mosteiro dos Jerônimos. |
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Refeitório Mosteiro dos Jerônimos. |
A entrada do mosteiro pode ser comprada com a entrada para a Torre de Belém,
assim conseguimos salvar um dinheirinho, e eu gostei de ter subido na torre. A
Torre, assim como o mosteiro, é toda feita no estilo manuelino bem
característico de Portugal, com motivos náuticos trabalhados em pedra. O
monumento do descobrimento é interessante pela sua grandeza e pelo mapa mundo
que se encontra bem em frente à ele, mas não supera a torre e o mosteiro. E,
finalmente, é imperativo parar para comer quantos Pastéis de Belém conseguir
comer e carregar quantos conseguir carregar. Igual à esse você nunca comerá
outro. Primeiro porque o segredo de fabricação dele é guardado à sete chaves e
segundo porque eu tentei achar... e não consegui achar um igual em Lisboa.
Crocância, leveza e o sabor de baunilha dentro é simplesmente indescritível! Só
indo lá para provar.
www.pasteisdebelem.pt
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Torre de Belém. |
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Torre de Belém por dentro. |
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Monumento do Descobrimento, mas pode ser chamado de Empurra, empurra. |
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Parte do mapa que se encontra aos pés do Monumento do Descobrimento. |
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Vista de fora do Pastéis de Belém. |
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Pastéis de Belém, desde 1837. |
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Desinformando os pastéis. |
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Os verdadeiros Pastéis de Belém! |
Essa pastelaria e a Confeitaria Nacional (Praça da Fiqueira) são dois
lugares que aconselho passarem. Se gostarem de doces de ovos não deixem de
provar o croquete de ovo da Confeitaria Nacional e já que estão lá, recomendo
provar o pastel de nata (Pastel de Belém, mas só o de Belém pode ser chamado
assim), que é muito bom também, apesar de não chegar perto dos verdadeiros
Pastéis de Belém.
www.confeitarianacional.com
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Fachada da Confeitaria Nacional em Lisboa. |
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Confeitaria National em Lisboa. |
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Croquete de ovos, não é muito bonito, mas é uma delícia! |
Andar pelo centro da cidade também é super gostoso. Ande pela Praça do
Comércio, pela Rua Augusta, Praça Dom Pedro IV. Nessa praça não perca a
edificação da estação ferroviária que é linda! E também não deixe de provar a
Ginjinha, um licor super tradicional feito de cereja. Peça o shot com cerejas
para prová-las também. O lugar é quase uma porta, mas fica lotado de gente.
Depois você pode subir até a Praça do Carmo no chiado para ver a vista do
Elevador de Santa Justa. A vista é linda e a estrutura do elevador é toda em
ferro trabalhado, bem do estilo que eu adoro. Só não pegamos o elevador porque tínhamos
que pagar 5 euros... achamos meio caro. Ainda no bairro do Chiado tem um café
super conhecido porque era onde Fernando Pessoa gostava de tomar café: Café a
Brasileira. Passar por lá e tirar uma foto com a estátua do poeta sentado em
uma mesa é clássico de todas as viagens para Lisboa. O café foi inaugurado em
1905 e a parte interna é uma gracinha, além de ser mais barato comer dentro do
que na parte de fora do café.
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Praça do Comércio. |
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Rua Augusta. |
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Estação de trem, perto da Praça D João IV. |
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Onde encontrar a Ginjinha. |
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Elevador de Santa Justa. |
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Vista do elevador de Santa Justa, vale a pena. |
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A foto clássica com Fernando Pessoa no Café a Brasileira. |
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Interior do Café a Brasileira. |
Nessa viagem também resolvi agradecer à Santo Antônio, o santo casamenteiro,
pelo meu marido... rsrsrsrs. Como estávamos perto do dia do santo comprei
pãezinhos para agradecer. A Igreja é muito bonita por dentro e vale a pena ser
visitada. Ela fica perto de outro ponto turístico: a Igreja da Sé, a catedral
da cidade. Um passeio que pode ser legal é pegar o bondinho 28, além de passa
por alguns pontos turísticos da cidade é bem divertido andar de bonde, que
também é uma marca da cidade. Parecem os bondinhos de Santa Tereza no Rio de
Janeiro. Mas atenção, pois esse bonde não é circular, no ponto final você
precisa saltar e pagar novamente a passagem, por isso talvez seja interessante
pegar ele no ponto final e ir até o outro ponto final.
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Eu e meus amigos mais que queridos em frente à Sé. |
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Dentro do bonde. |
Um museu imperdível na cidade é o Museu do Azulejo. Não é muito freqüente
nos guias turísticos, mas como amo azulejo resolvi passar no museu para dar uma
olhada e me surpreende. O Museu fica instalado no antigo convento Madre de
Deus, que começou a ser construído em 1458 pela Rainha D. Eleanora, irmã de D.
Manuel. Depois disso o convento passou por várias reformas até se tornar o que
é hoje. O que mais me surpreendeu foi a Igreja do convento, ela possui imagens
em azulejos e vários trabalhos com folha de ouro, super bonita. Na igreja
também estão expostos várias relíquias de santos, como ossos e crânios. Outro
ponto alto do museu é a sala onde está exposto um quadro enorme de azulejos que
mostra Lisboa antes do terremoto de 1755, que devastou a cidade. Tanto que
várias construções são marcadas como antes ou depois do terremoto, pois ele foi
realmente um marco para a cidade.
mnazulejo.imc-ip.pt
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Entrada do Museu dos Azulejos. |
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Igreja Madre de Deus, Museu dos azulejos. |
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Pátio interno, Museu dos Azulejos. |
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Museu dos Azulejos. |
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Azulejos, Museu dos Azulejos. |
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Museu dos Azulejos. |
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Museu dos Azulejos. |
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Quadro em azulejos de Lisboa antes do terromoto de 1755. |
Lisboa também tem um dos maiores oceanários do mundo. Ele possui um aquário
central que é enorme e se você chega bem perto dele parece que está dentro
d'água. Os pingüins são uma gracinha, o mesmo para as lontras que parecem que
estão olhando para você e fazendo charme, fofo demais. Quando for ao oceanário
separe umas 2 horas para conseguir ver tudo com calma e ler todas as
informações sobre os animais aquáticos que lá vivem.
www.oceanario.pt
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Oceanário de Lisboa. |
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Árvores em frente ao Oceanário, parecem que tem olhos. |
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Pinguins do Oceanário. |
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A lontrinha... fofa! |
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O grande aquário do Oceanário. |
E por fim, para ter uma boa vista da cidade passei pelo castelo de São
Jorge. Além da vista, o próprio forte é lindo. Foi construído em 4 a.C e, como é feito todo em
pedra, sobreviveu ao terremoto de 1755. Não fique com preguiça de passear pelos
caminhos em cima da muralha, pois vale a pena as calorias gastas na subida das
escadas.
www.castelodesaojorge.pt
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Urinol... rsrsrs. |
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Praça do Castelo de São Jorge. |
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Vista do Castelo de São Jorge. |
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Castelo de São Jorge. |
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Castelo de São Jorge. |
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Castelo de São Jorge. |
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Castelo de São Jorge. |
Tenho que confessar que depois dessa visita a Lisboa fiquei com ainda mais
vontade de fazer uma vigem só por Portugal. Parando em várias cidades,
aproveitando os doces e comidas portugueses e com a facilidade de falar a mesma
língua do local.
Carlinha e Thi, Adorei nossa viagem! Amei ver vocês... meus pedacinhos de casa!
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Eu, João, Carlinha e Thi. |